segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dor e solidão formam minha vida injusta

O que eu sou

Um ser maldito excluído da natureza e da sociedade

De minha família

Sem amigos

Sem alma

Sem conseqüências

Sem pensamentos

Sem responsabilidades

Sem impulsos

Sem amor

Sem coração

Sem vida;

Sou apenas mais uma pessoa num mundo injusto

Onde nada nem ninguém me entende

Minha família me despreza e me critica

Meus amigos são falsos

Até meu amigo imaginário me corrompe com suas mentiras sem fim

Sou apenas mais um brinquedo de dor

Um brinquedo sem utilidade

Minha doença emocional não é compreendida

Minha alma não é bem querida

Meus olhos são vazados de dor

Minha boca sangra e chora sem a doce morte

Que me deixou em prantos sem solução

Aqui estou

Aqui sou

Vermes me desejam

Abutres me esperam para o jantar

A terra, maldita terra me suga para si

E nada nem ninguém me entende além de um mísero boneco de pano

Que até parece ser muito feliz, mas é apenas sua boca mal desenhada

Mas ele também não tem ninguém para lhe confortar

Aqui nós dois estamos

Aqui nós dois morremos

Nessa vida injusta e maldita

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Estava eu andando entre mortos
Perdida em um campo de negras rosas
Ferida por alguns espinhos, derramava meu sangue
Sentia meu espírito me deixar por alguns instantes

Sentei-me então perto à maior lápide
Ouvia sussurros do vento
Que quebravam aquele silêncio
Harmoniavam aquele momento

E naquela nobre melodia
Confusa, eu me perdia
Negras sombras já estavam a me envolver
E meu coração, nem sentia mais bater

E num momento repentino
Já era finito meu desatino
Meu coração já voltava a doer
E as sombras começavam a desaparecer

Com o tempo, já não ouvia mais o vento
Dentro de mim, gritavam meus lamentos
E novamente..
Estava eu andando entre mortos
Perdida num campo de negras rosas

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lágrimas depressivas

É assim todo o dia
O sol clareia brando
A lua suaviza meu pranto
Medito sobre minha vida vazia

Lágrimas de suplício
Lágrimas geladas...
Lágrimas desperdiçadas...
Tentando aliviar meu martírio

E eu odeio tudo isso
Odeio sentir essa tortura
Ser seguida por essa amargura
Até já tentei suicídio

Minha lamúria
Meu terror que queima minha alma
Minha mortificação que não me deixa ter calma
Minha eterna fúria

Lágrimas...
Lágrimas de dor
Lágrimas sem amor
Mágoas...

Tentei me afogar
Nessa lamentação inútil
Nesse lamento fútil
Na bruma que disfarça o mar

Mas isso não me protegeu
Só me trouxe mais aflição
Só trouxe minha crucificação
Mas isso não me abateu

Pois, assim como eu
Nesse mundo profano
Sufocado nesse desejo insano
Muita gente morreu...

Nessa imortal depressão

domingo, 11 de julho de 2010

Vida,
Tediosa existência,
Incessante movimentação,
Eterna dúvida,
Maior dos mistérios

O que senão o sono,
O inibidor dos sentidos,
Para nos desprender daqui,
Oh, sofrido mundo!
O sono é a morte dos que ainda vivem

Para os que dele retornam,
Resta apenas serem tolos
E procurarem a felicidade
Ou serem sábios
E procurarem evitar a dor
Ciclo vicioso, degradante, tedioso

O que senão o sono eterno,
O finalizador dos sentidos,
Para nos tirar daqui,
Oh, sofrido mundo!
A morte é o sono dos que não vivem

Os que para ela foram,
Aqui não mais retornarão
Resta-lhes o nada,
Fazer nada,
Não serem, pois nada são
Nada é!
Não há ciclo
Apenas a degradação completa

Insistentes,
As artes preencherão o vazio de tuas almas
Pobres almas...
Destroçadas pela vida
O sono,
O analgésico para a dor da vida

sexta-feira, 9 de julho de 2010


Tudo voltou ao normal,
Novamente a tristeza que antes disfarçava
Agora se expulsa de meu ser, abalada
Como posso Ter todo esse mal?
Esse mal de fixar meu pensamento em uma só coisa
Em uma só lembrança, em uma só pessoa
Estou morrendo pouco a pouco...Quero gritar!
E essa dor incessante de meu peito retirar,
Dor que está despedaçando meu coração.
Estou me perdendo novamente
Na melancolia e na escuridão de minha mente
Onde só existe arrependimento e vontade
Vontade de te pedir perdão e te ver feliz
E arrependimento de Ter feito o que fiz
Mas, te ver feliz seria com sua outra metade
Não eu... Não quero lágrimas ao meu peito
E sim um sorriso direito.
Por mais que eu tenha certeza
De que nunca mais terei ao meu lado sua beleza
Ainda teimo em continuar nessa eterna tristeza
Ferindo-me neste amor roubado,
Desse Sentimento calado.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Olhei ao meu redor e tudo é perfeito
A chuva era perfeita,
O sol era perfeito,
Minha mente já foi perfeita,
Se não fosse a maldição.
Andar na rua era perfeito,
Meu riso era perfeito,
A noite era perfeita,
Os olhares eram perfeitos,
Se não fosse a maldição
O dia poderia ser perfeito,
Os sons eram perfeitos,
A terra era perfeita,
Se não fosse aquela maldita maldição.
A mentira é perfeita,
A verdade imperfeita,
A tristeza é perfeita,
Alegria imperfeita,
E a infame maldição,
Querer era perfeito,
Nunca ter, imperfeição
Maldição
Humano é o maldito
Gente, maldição
Se eu fosse formiga perfeição
Eu sou humana maldição.
No vazio de toda noite
Me sinto tão livre, tão liberta
Não preciso mais daquela foice
Agora estou com a mente aberta.

A lua em silêncio me observa
A brisa leve toca meu rosto
Esse é o paraíso que me reserva
A parte de minha vida que tenho gosto.

É nesse maravilhoso momento do dia
Que desperto meu ser escondido
Me livro de toda melancolia
E me entrego ao sentimento proibido.

Quando o dia volta a raiar
Começo de novo a ver rostos
Rostos que gostam de enganar
Com suas falsidades e injúrias que dão desgosto.

Por isso prefiro a noite perambular
Pois assim não haverão rostos com os quais odiar
.